O medo é um bichinho curioso, meio mal visto, meio contagioso.
Pode ser um grande amigo ou uma grande prisão.
Percebi que as coisas que eu mais quero na vida também são aquelas que mais me despertam medo. E alguém uma vez disse que se teus sonhos não te assustam eles não são grandes o suficiente.. deve ser isso. Mas independente do quanto você leia sobre, nada te prepara para aquele momento de paralisia que vem com o medo.
As pessoas me dizem que eu tenho muita coragem por viver nômade, por conhecer outros países e lugares sozinha. Me perguntam se eu não tenho medo… E claro que tenho vários. Eu tenho medo de ver mais uma geração de mulheres sem poder se expressar livremente pelo simples fato de serem mulheres. Tenho medo de olhar pra trás e ver que não usufrui do meu tempo de vida humana. Tenho medo de ficar parada. Antigamente tinha medo da solidão, mas hoje não tenho mais, porque aprendi viajando o que é a solitude e percebi que a solidão não é mais uma possibilidade. Atualmente também tenho medo de deixar de ser solteira, apesar de um dos meus maiores sonhos ser construir minha própria família. Mas é que é tão bom ser a única tomadora de decisões nas minhas viagens, mudar a rota como e quando eu quiser. Tenho medo também de não viver tudo o que eu tenho vontade. Tenho medo do dinheiro acabar, apesar de já ter solução pra isso. Tenho muitos medos. Mas nenhum deles é suficiente pra me fazer ficar. Eu sempre escolho pular.
Chamo esses medos de medos superficiais, porque se paro para escutar o que minha alma diz, ela não tem nenhum desses receios. Ela sabe que não estarei sozinha, que tenho capacidade de fazer inúmeros trabalhos, que vou me casar e ainda assim manter minha individualidade, que vou conhecer muitos lugares e realizar muitos sonhos. Ela sabe, e no fundo, eu também. Logo, não tenho esses medos de fato. Só a minha mente que tem. No geral considero esses medos superficiais uma resposta. Onde eles estão, com certeza existem aprendizados e um novo caminho a se desdobrar.
Quando sinto medo de verdade, esse que a alma tem, ele não vem da mesma forma. Na verdade ele soa mais como um alerta, e esse na verdade é o que chamo de instinto. É o medo amigo. Se ele existe, então realmente existe perigo. Senti poucas vezes na vida. (Como na foto a beira do abismo no Itatiaia)
Independente de quais os seus medos, se eles são instintos ou superficiais, se eles são antigos ou atuais, desejo que você saiba identificá-los e depois possa colocá-los em caixinhas bem menos assustadoras. Desejo que eles não tomem proporções enormes e que cada novo salto seja também um novo impulso.
Que o medo possa ser um grande amigo. Um sentimento tão válido quanto a alegria e a empolgação.
Deixo esse vídeo curtinho pra vocês desmistificarem um pouquinho mais o medo: Video - Psicologia do Medo
Com amor,
Lex