Hello from the other side :)

sobre a vida fora das redes e novos natais

Escrevo do dia 07 de janeiro de 2025. É uma terça-feira chuvosa na pequena Tivat, no mar adriático na costa do também pequeno Montenegro e hoje aqui é natal. É isso mesmo, Montenegro é um país cristão ortodoxo, então: Feliz Natal!

Não vou me aprofundar muito no tema religioso, mas “resumão”: os cristãos ortodoxos adotam o calendário juliano (ou seja, o existente antes do gregoriano, que é o que seguimos mundialmente) e por isso, o natal é celebrado no dia 7 de janeiro. Eles também se vêem como a verdadeira igreja fundada por Cristo, não reconhecem o papa como autoridade máxima, não acreditam em purgatório e seus padres podem casar :)

Até dia 29 de dezembro eu não fazia ideia de nada disso. Com certeza já tinha ouvido falar da igreja ortodoxa na mesma época em que aprendi algo sobre o império bizantino, mas nada disso fixou em minha mente (acho que vocês me entendem né?). Ainda bem que eu vivo caminhando por aí, porque a mágica de se viver pelo mundo é justamente essa: ver como as pessoas vivem nos lugares em que elas vivem (pelo menos pra mim, é sobre isso), e aprender (ou fixar) um monte de informações legais!

Momentos da vida em Tivat, Montenegro. 2025

Quantos modos de viver nem imaginamos que existe e ainda descobriremos por aí?

Com certeza inúmeros. Alguns se apresentam a milhas e países de distância enquanto outros estão simplesmente do outro lado de uma decisão. Se você lê esse texto agora, provavelmente sabe que eu tirei um tempo fora das telas do Instagram. Até agora foram 8 dias e honestamente tenho adorado! Nas últimas semanas sentia que haviam muitas “abas abertas” no meu cérebro e milagrosamente (ou obviamente) essa sensação desapareceu a partir do momento em que não precisei mais compartilhar o meu precioso espaço mental com uma avalanche de informações de 30 segundos.

Percebi que estar no Instagram era como estar no meio de uma cidade grande. De repente o que realmente importa se perde, você entra em modo automático, ninguém sabe de onde veio tanta informação nem como cabe tanta pessoa e o pior: você começa a ter vontade de coisas que nunca realmente quis ou precisou. rs

E então, vivendo novos natais, aprendendo novas culturas e voltando a ser mais dona do meu tempo e do meu querer (porque né, Instagram vicia), me desafiei a fazer uma retrospectiva do ano de 2024 pra relembrar e agradecer pelos novos natais que já havia vivido ao longo do ano e talvez não me lembrasse. Foi delicioso! Escrevi 3 páginas de caderno relatando de janeiro a dezembro. Aproveitei o embalo e sugeri um jogo à mesa do jantar com os outros voluntários: todo mundo precisava dizer algo que aprendeu no ultimo ano. De coisas simples a modos de viver.

Foi muito interessante ver como navegamos por respostas desde aprendi a fazer arroz, até a aprendi a ter menos coisas materiais. E o melhor de tudo: ver que independente de qual fora o aprendizado, a cada nova resposta vinha uma nova empolgação. A alegria por se dar conta de tudo o que já conquistamos é o melhor combustível para a fé. É a certeza de que seguiremos fluindo conforme o melhor dos ventos e alcançando tudo aquilo que realmente fizer sentido pra gente. Não tem erro!

Se posso sugerir com muito carinho uma atividade de escrita pra vocês: façam essa retrospectiva 2024. Escreva mês a mês o que estava rolando na sua vida. Somado às perguntinhas que deixei pra reflexão no meu último post do Instagram, acredito que qualquer meta que você se proponha para 2025 chegará muito mais alinhada ao seu caminho do que aquelas que a gente acha que precisa só porque vive na cidade grande.

E ahh, nesse tempo sem telas, bati muito papo, li, escrevi, toquei ukulele, fiz trilhas, fiquei de chamego com os gatinhos aqui do hostel e usei a tecnologia ao meu favor: para ouvir música, assistir séries interessantes, fazer cursos e fazer chamadas de vídeo com aqueles que amo.

Percebi também que não tinha mais o hábito de ter nenhum outro canal de informação. Notícias do mundo, economia, ou dos meus amigos: tudo por esse aplicativo rosinha que tomou conta das minhas horas (péssimo). Talvez se você não for da geração rede social, não seja assim tão grave (amém). Resolvi então assinar a newsletter do The News para receber um geral de notícias do mundo e com isso a segunda realização: ser bombardeada com informações pesadas as 7h da manhã é péssimo também rs. Resultado: crise. o que fazer? Decidi por agora ler as notícias apenas no horário do almoço e começar o dia com silêncio, músicas tranquilas, café da manhã com calma e carinho nos pets. Tem funcionado maravilhosamente bem!

Testem por aí e me contem? Deixo aqui algumas recomendações de conteúdos que consumi esses dias.

Sugestões pra vida fora das redes:

📝 Manual Psicanalítico para viver melhor no século 21 - Casa do Saber

🎙 Ser para Ter - Spotify

🎵 Bukahara - Spotify

🎞 A league of their own - Amazon Prime

📖 O que disse Deus (da série de livros “Conversando com Deus”) - Neale Walsch

Feliz 2025 e que a gente caminhe com cada vez mais paz de espírito lembrando que independente do que está acontecendo lá fora, quem manda na nossa vida somos nós mesmos! E eu juroooo: dá sim pra ser feliz em plena quarta-feira! (as vezes você só precisa sair do instagram rsrs)

Grande beijo

Lex