#3 - A mágica de cada um
Precisamos limpar as lentes dos olhos para que elas não sejam carregadas de um véu que traz uma realidade que existe apenas na matéria. Você consegue se deixar encantar pela vida?
Essa semana fui ao cinema com a minha mãe e minha irmã assistir Wonka. Já fazia anos que não ia ao cinema e talvez o dobro de tempo que não dava espaço pra essa magia mais cinematográfica tocar o coração. Curiosamente, falta 1 semana pro natal, uma das épocas mais mágicas do ano (segundo a mídia)… e aí vocês já sabem: reflexão.
O cinema é um tanto mágico né? Nos faz viajar no tempo, conhecer novos lugares, abre as portas do sentir, desperta grandes sonhos, desconecta de uma realidade às vezes difícil e faz acreditar nas mais variadas histórias. Te faz ver beleza na dor e ter fé no amor. A arte em geral tem esse poder.
Fiquei pensando que todos nós temos esse poder de alguma maneira. O de ser um pouco de mágica para alguém. É como se nossas peculiaridades fossem os ingredientes necessários para a nossa própria magia.
Por exemplo, talvez você tenha (ou não) percebido que essa semana o título do texto está numerado (#3), e isso se deve ao fato de que eu tenho uma peculiaridade chamada: amar números ímpares. A verdade é que talvez eu seja até meio obcecada com eles. Também sou amante da assimetria (não curto nada centralizado). Não sou a maior fã de pizza nem de cerveja e tenho crises de riso quando estou nervosa.
Mas talvez a real magia resida na minha fé. Em saber que quando eu faço um pedido ele se concretiza (e que há de tomar muito cuidado com isso), em ouvir aquela voz interna que me guia com uma clareza que muitos não tem, em ver além da matéria, em traduzir as emoções em palavras ou em amenizar o caos do mundo com sensibilidade.
Fico feliz quando posso compartilhar um pouco de tudo isso com alguém. E mais feliz quando sou capaz de ver a magia do outro. O sorriso, o abraço, a fala, a disciplina, o esporte, a música, a escrita, a arte …
E apesar de não vivermos em um filme de Hollywood, ainda assim te digo: tudo é possível. E às vezes para voltarmos a acreditar é preciso recarregar nossa própria magia um pouquinho todo dia. Para mim, a música tem esse poder de recarga. Consigo imaginar os mais diversos cenários e viver as mais belas realidades quando coloco um fone no ouvido. Qualquer viagem ganha trilha sonora e qualquer caminhada vira “romantizada”, como dizem hoje em dia. Outra coisa que é mágica pra mim: tocar meu ukulele. Me transporta para uma realidade quase paralela, uma em que eu passei anos me dizendo que aprenderia um instrumento por saber o poder que a música tem sobre mim, mas levei uns 7 anos até de fato aprender.
E isso me faz lembrar que a magia trabalha em equipe. Em parte ela já existe, outro tanto a gente pratica e aí chega a parte mais importante: a outra parte você solta e confia.
Viver sempre viajando reitera essa confiança todos os dias. Aquelas novidades e surpresas tão repentinas que você pensa: parece mágica. Porque de fato é. Viver uma existência no exato tempo espaço que uma outra pessoa importante na sua vida é um pouco de mágica, mas zero coincidência.
A magia está em todo lugar, só precisamos limpar as lentes dos olhos para que elas não sejam carregadas de um véu que traz uma realidade que existe apenas na matéria. E quando isso tudo não existe mais, o que resta?
Você conhece sua magia? O que a recarrega? Consegue ver a magia do outro? E brincar nesse tempo espaço que fomos convidados a conhecer? Você consegue se deixar encantar pela vida? Acreditar nos mistérios e nas surpresas (é tudo mágica).
Beijos
Lex