Essa semana me perguntaram como virar uma “viajante fulltime”. Travei. Percebi que não tinha uma resposta pronta. Ué. “Depende... quem é você?”
Parece profundo e reflexivo, mas as vezes é tão simples quanto uma lista de “aconcheguinhos”. Quais as coisas que te fazem bem? O que você gosta de fazer, como gosta de viver, como gosta de aproveitar seu dia? Já parou pra pensar? Ou melhor: já parou pra experimentar? Quais habilidades você tem? Quais medos? É bem provável que não haja uma resposta pronta de imediato, que você consiga listar três, quatro coisas e depois não lembre mais… mas é aí que entra o exercício de atenção para com as nossas atividades cotidianas. A tal da presença.
Viver na estrada é escolher as melhores coisas ordinárias pra se viver constantemente. Mas se eu não souber quais são os “meus melhores”, pode ser que se entre em uma dinâmica cansativa e sem propósito outra vez, como provavelmente já estávamos antigamente.



Então a resposta universal para qualquer questão que envolve um ser humano mutável e único, será: depende. quem é você? Ao fazermos esse questionamento, conseguimos filtrar os nossos interesses breves e nossos pilares fundamentais, e fica muito mais claro nos direcionar pela vida. Perceber o que tenho interesse de conhecer e explorar agora, porque ainda não conheço direito e não tenho uma opinião formada sobre, ou o que gostaria de viver por um período curto porque sei que a longo prazo não me agrada, ou o que gostaria de viver indefinidamente porque me faz bem pra alma…
Calma. Não é uma sessão de terapia. Mas pode ser terapêutico rs. Não se cobre por ter essas respostas tão logo, e sim tome pra você o seu estado de presença pra perceber como se sente quando realiza as coisas que faz rotineiramente. Imagina a sua vida ideal, em cenários, sentimentos, cheiros, atividades.
A vida parece um grande cubo mágico desorganizado, mas a verdade é que o mapa para montá-lo já nasce conosco: é o nosso sentir e o nosso querer mais profundo.
Não existe regra para se tornar viajante fulltime da mesma maneira que não existe regra para ser um ser humano. Existem sim diversas possibilidades. Se jogue nas suas experiências sem medo do resultado, porque o resultado que realmente importa é a resposta que você encontra no caminho.
Com amor,
Lex